De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, o número de crianças e adolescentes obesos em todo o mundo chegou a 124 milhões em 2016. Hábitos alimentares e estilo de vida são os principais responsáveis por essa alta incidência.
A formação do comportamento alimentar na infância está relacionada a diversos fatores, entretanto, algumas medidas simples podem ser tomadas para promover hábitos mais saudáveis na infância:
– Evitar distrações no momento das refeições: é muito comum que as crianças façam as refeições enquanto assistem televisão ou usam tablets e celulares. Esse hábito impede o desenvolvimento do senso de saciedade: a criança se distrai, perde a noção da quantidade de alimento que está sendo ingerida e acaba por consumir mais do que deveria.
– Estabelecer horários para as refeições: é importante estabelecer uma rotina alimentar, com intervalos adequados para que a criança sinta vontade de comer na próxima refeição.
– Não utilizar mecanismos de castigo e recompensa: isso pode levar à rejeição de alguns alimentos. O ideal é estimular a criança a comer, ao invés de força-la.
– Controlar a ingestão de líquidos nas grandes refeições: o consumo de líquidos junto com as refeições causa uma sensação de saciedade precoce. Com isso, a criança deixa de comer os alimentos mais nutritivos que compõe as grandes refeições.
– Envolver a criança na escolha, compra e preparação dos alimentos: desde que sejam oferecidas opções equivalentes (carne ou frango, abobora ou cenoura, etc), a criança pode participar na escolha das preparações e na execução das mesmas. Isso promove uma boa relação com os alimentos e no desenvolvimento de uma alimentação saudável.
– Variar as preparações: a monotonia na oferta dos alimentos muitas vezes contribui para que a criança não tenha vontade de consumi-los. O ideal é oferecer o mesmo alimento preparado de formas diferentes em ocasiões diferentes. A criança não é obrigada a consumir se não gostar, mas os pais não devem desistir de ofertar um alimento na primeira recusa. É preciso provar um alimento de oito a dez vezes para sabermos se gostamos mesmo dele ou não.
– Oferecer mais alimentos naturais: o consumo de salgadinhos, biscoitos, doces e outros alimentos industrializados não deve fazer parte da rotina alimentar diária da criança. Deve-se priorizar sempre os alimentos mais naturais: frutas, legumes, verduras, leguminosas, cereais, raízes e tubérculos, leite e derivados.
– Estabelecer hábitos saudáveis para toda a família: as crianças aprendem muito mais pelo que veem do que pelo que ouvem. Elas tendem a espelhar os hábitos alimentares das pessoas à sua volta. Ou seja, é importante que a criança observe outras pessoas se alimentando corretamente. Assim, será mais fácil a aceitação dos alimentos saudáveis.
Construir bons hábitos alimentares requer persistência e, muitas vezes, pode ser um desafio. Mas é um processo fundamental para uma vida com mais qualidade e saúde.
Fontes:
WISNIEWSKI, Maurício et al. O COMER CONSCIENTE: PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO ALIMENTAR NA INFÂNCIA. 2007.
LEVY, Renata Bertazzi et al. Consumo e comportamento alimentar entre adolescentes brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2009. Ciência amp Saúde Coletiva, v. 15, p. 3085-3097, 2010.
OMS, Organização Mundial da Saúde. Obesity and overweight. Disponível em lt http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/gt